sexta-feira, junho 15, 2007

Esquecimento (Florbela Espanca)


Esse de quem eu era e era meu,
Que foi um sonho e foi realidade,
Que me vestiu a alma de saudade,
Para sempre de mim desapareceu.
Tudo em redor então escureceu,
E foi longínqua toda a claridade!
Ceguei... tateio sombras... que ansiedade!
Apalpo cinzas porque tudo ardeu!
Descem em mim poentes de Novembro...
A sombra dos meus olhos, a escurecer...
Veste de roxo e negro os crisântemos...
E desse que era eu meu já me não lembro...
Ah! a doce agonia de esquecer
A lembrar doidamente o que esquecemos...!

3 comentários:

  1. Quem derá fosse fácil esquecer... Ate na tentativa de esquecer nós temos que lembrar de esquecer...
    AMO
    BEijinhos, Ciba

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  2. Oi Ellen! Obrigada pela visita! Adorei seu blog também. Você escreve muito bem. :)
    Vou tornar a vir por aqui..
    xx,
    Debora

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  3. Adooooooooooooooooro Florbela Espanca.
    Axo q ela viveu a frente do seu tempo.
    Exemplo, neh?

    Bjoo

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